Por que os bebês choram?

O choro do bebê: comunicação, desconfortos e quando se preocupar
O choro é a principal forma de comunicação dos bebês. É por meio dele que eles sinalizam aos cuidadores que algo não está certo. Afinal, essa é a única maneira que têm de expressar suas necessidades nos primeiros meses de vida.
Por isso, nem todo choro é igual, e muito menos causado pelos mesmos motivos. Embora seja comum associar o choro à fome ou às cólicas, há uma série de outras razões pelas quais os bebês choram, e aprender a reconhecer esses sinais ajuda os pais a responder com mais confiança e tranquilidade.
Por que o bebê chora?
O choro pode soar diferente dependendo da causa: fome, sede, frio, calor, fralda suja, sono ou necessidade de aconchego. Nos primeiros meses, ele expressa basicamente desconforto, cansaço, medo ou a vontade de estar próximo dos pais.
Apesar de o excesso de choro gerar preocupação, é importante saber que, em mais de 95% dos casos, não há um distúrbio clínico por trás desse comportamento. Mesmo quando o choro é persistente e exaustivo para os pais, a maioria dos bebês se acalma naturalmente com o tempo, sem necessidade de intervenções específicas.
Causas mais comuns de choro
Entre os principais motivos do choro infantil estão:
- Fome ou fralda suja
- Sono: um bebê cansado pode ter dificuldade para adormecer e chorar mais
- Despertar noturno: entre os 6 meses e 3 anos, é comum que o bebê chore ao acordar e não encontrar as mesmas condições com as quais adormeceu — como a chupeta, o colo ou o embalo
- Cólicas e gases: comuns nos primeiros meses de vida
- Refluxo gastroesofágico: pode causar desconforto, principalmente após as mamadas.
- Alergia à proteína do leite de vaca: nos casos de bebês amamentados exclusivamente, a proteína ingerida pela mãe pode afetar o bebê.
Observar o padrão do choro e os sinais associados é essencial. O bebê evacua com frequência? As fezes têm aparência normal? Há excesso de gases? Alguma posição alivia o incômodo? O choro é mais intenso em determinados horários? Essas pistas ajudam a identificar o que está acontecendo.
Pode ser um problema de saúde?
Embora o choro seja comum, alguns casos podem, sim, estar relacionados a causas clínicas. Isso é mais raro, mas é importante estar atento a sinais que indiquem algo além do esperado.
Algumas condições que podem causar choro persistente:
- Refluxo gastroesofágico: dor após as mamadas.
- Fissura anal: dor ao evacuar.
- Otite (infecção de ouvido): geralmente após resfriados.
- Abrasão de córnea: arranhões nos olhos.
- Estrangulamento por fio de cabelo: quando um cabelo se enrola em um dedo ou outro membro, provocando dor.
Se o bebê estiver chorando de forma intensa, contínua e fora do padrão habitual, vale observar o corpo e o comportamento, e buscar avaliação médica. Em especial, fique atento se o choro vier acompanhado de febre, vômitos, recusa alimentar, ou aparência abatida.
O que observar no momento do choro
Preste atenção aos gestos do bebê: ele leva as mãos à boca? Vira a cabeça em busca de estímulo visual? Se contorce ou se agita demais? Esses movimentos também são formas de comunicação e podem indicar o que ele está tentando dizer.
Reconhecer essas sutilezas não só ajuda a identificar as causas do choro, mas fortalece o vínculo entre pais e filhos. E, se restarem dúvidas ou preocupações, não hesite em conversar com o pediatra.