Criança pode consumir alimentos ultraprocessados?

A alimentação infantil é um dos pilares para o desenvolvimento saudável das crianças. Desde os primeiros meses de vida, o leite materno desempenha um papel essencial, fornecendo os nutrientes necessários para o crescimento. Mas, conforme a criança cresce e novos alimentos são introduzidos, é fundamental estar atenta às escolhas alimentares. Alguns alimentos não apenas devem ser oferecidos com moderação, mas idealmente evitados em qualquer fase da infância. Entre eles, os alimentos ultraprocessados merecem atenção especial.
O que são os alimentos ultraprocessados?
Os alimentos ultraprocessados passam por diversas transformações industriais e contêm aditivos como conservantes, corantes, aromatizantes e realçadores de sabor. Embora esses produtos sejam atrativos pela praticidade e pelo sabor, o processo de fabricação retira grande parte de seus nutrientes naturais, tornando-os pobres em qualidade nutricional e ricos em calorias, açúcar, gorduras saturadas e sódio.
Exemplos comuns incluem biscoitos recheados, refrigerantes, salgadinhos de pacote, embutidos (como salsicha e presunto) e macarrão instantâneo. Embora possam parecer inofensivos quando consumidos ocasionalmente, o problema está no impacto que causam na saúde quando fazem parte da rotina alimentar da criança.
Por que evitar os ultraprocessados na infância?
Pesquisas indicam que o consumo frequente de alimentos ultraprocessados está relacionado a mais de 32 doenças. Entre elas, destacam-se:
- Obesidade infantil – O alto teor de açúcar e gorduras favorece o acúmulo de gordura corporal e dificulta o controle do apetite.
- Diabetes tipo 2 – Esses alimentos elevam rapidamente os níveis de glicose no sangue, exigindo uma produção excessiva de insulina e aumentando o risco da doença.
- Hipertensão e doenças cardiovasculares – O excesso de sódio contribui para o aumento da pressão arterial, sobrecarregando o coração.
- Déficit de atenção e transtornos do humor – O consumo excessivo de corantes e conservantes pode afetar o desenvolvimento cognitivo e o comportamento das crianças.
Além disso, ultraprocessados geralmente contêm quantidades insuficientes de vitaminas e minerais essenciais para o crescimento. Isso pode levar a deficiências nutricionais, comprometendo a imunidade e a formação óssea.
Como evitar os ultraprocessados na rotina alimentar?
Criar bons hábitos alimentares desde cedo é a melhor maneira de garantir uma nutrição adequada. Algumas dicas práticas incluem:
- Introdução alimentar natural – Priorize frutas, legumes e alimentos minimamente processados desde o primeiro ano de vida.
- Evite ofertas precoces – Mesmo que pareça inofensivo, dar doces, sucos industrializados e salgadinhos pode criar um paladar voltado para esses alimentos.
- Leia os rótulos – Muitos produtos infantis contêm grandes quantidades de açúcar e aditivos, mesmo quando parecem saudáveis.
- Estimule refeições caseiras – Preparar os alimentos em casa permite maior controle sobre a qualidade dos ingredientes.
Com escolhas conscientes, é possível oferecer uma alimentação mais saudável e nutritiva para as crianças, garantindo um crescimento equilibrado e prevenindo doenças futuras.
FONTE: Dráuzio Varella; Unit.